Adoção transracial: Como essa prática abraça ou desracializa nossas origens

  • Jenni Hohepa-Tupu Auckland University of Technology / PUC-V of Technology
  • Marcos Mortensen Steagall  (Translator) Auckland University of Technology
Palavras-chave: Cura ancestral, Reconexão cultural, Identidade indígena, Adoção transracial, Whakapapa

Resumo

Trata-se de whakapapa e da busca por whakapapa, uma linha de descendência de um ancestral indígena. Vivenciei muitos aspectos do bem-estar infantil, tendo sido adotada por uma pessoa de origem transracial, entregue aos cuidados do Estado e depois acolhida. Sou descendente de maoris e do Pacífico e, durante toda a minha vida, busquei conexões com uma identidade indígena. Essa não tem sido uma jornada fácil, dificultada por restrições de acesso a informações sobre minhas famílias biológicas. Meus estudos de doutorado ajudaram a trazer à tona conversas sobre adoção e a enfrentar as dificuldades de encontrar detalhes sobre ancestralidade. Os tomadores de decisão do Estado colocaram muitas crianças maoris sob os cuidados de não maoris em uma adoção fechada, alheios à importância do whakapapa com uma identidade adotada que não tinha relação com whakapapa ou indigeneidade. Conectar-se à cultura e às formas indígenas com a segurança de uma identidade cultural não deve ser a única tarefa de um adotado, nem uma tarefa que seja enfrentada sozinho. Ser adotado transracialmente e enfrentar uma jornada de identidade com apoio limitado é um pesadelo emocional, ao passo que a consideração de como a indigeneidade pode ser alcançada na cura e no bem-estar da identidade de nossa família deve ser incluída. A consideração das diferenças entre a prática tradicional maori do lore no cuidado com as crianças dentro das famílias, com a prática contrastante da adoção, onde os processos legais são carregados de desigualdades sistêmicas e históricas. A consideração por nossos descendentes é muito importante, pois é nossa responsabilidade garantir que eles sejam capazes de se fundamentar na cultura e na identidade. Este trabalho busca dar continuidade à cura para as pessoas adotadas transracialmente e defender que a autoridade seja devolvida ao nosso próprio povo para o cuidado, o bem-estar e a criação de nossos descendentes.

Biografia do Autor

Jenni Hohepa-Tupu, Auckland University of Technology / PUC-V of Technology

Jenni Hohepa-Tupu é uma sobrevivente de adoção, estado e lares adotivos e é descendente de Māori e do Pacífico. Ela foi criada por maoris das tribos Ngāpuhi e Te Aupōuri e ainda não conseguiu se conectar com sua whakapapa (genealogia). Essa história é sobre a busca de conexão com a whakapapa, uma linha de descendência da própria identidade indígena. Esses estudos de doutorado ajudaram a senhora a buscar sua própria identidade, trazendo à tona conversas sobre adoção e enfrentando as dificuldades de encontrar o whakapapa. Também é discutida a consideração das diferenças entre a prática tradicional maori de whāngai, de acordo com a tradição, no cuidado com as crianças e a prática contrastante, de acordo com a lei, da adoção.

Marcos Mortensen Steagall, Auckland University of Technology

Marcos Mortensen Steagall es Profesor Asociado en el Departamento de Diseño de Comunicación de la Universidad Tecnológica de Auckland - AUT desde 2016. Ele é o Coordenador de Pós-Graduação em Design de Comunicação y Líder del Programa de Design de Comunicação e Design de Interação. Possui mestrado (2000) y doutorado (2006) em Comunicação & Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, Sao Paulo, Brasil, y PhD em Art & Design pela Auckland University of Technology em 2019, em Aotearoa Nova Zelândia.

 

Publicado
2024-11-01