Mai Tawhiti: uma história de colaboração em pesquisa na Aotearoa Nova Zelândia entre um pesquisador maori e um não maori

Resumo

Nas últimas décadas, houve o surgimento de um discurso acadêmico sobre o Sul Global e o conhecimento indígena internacionalmente, abrindo oportunidades para a pesquisa orientada pela prática devido às suas ricas epistemologias. Na Aotearoa Nova Zelândia, os designers e artistas maoris enriqueceram e redefiniram os limites conceituais de como a pesquisa é conduzida na academia, fornecendo acesso a diferentes formas de conhecimento e métodos alternativos para conduzir e apresentar o conhecimento. Apesar do crescimento exponencial do interesse global no conhecimento indígena, ainda há poucas pesquisas sobre colaborações criativas entre profissionais maoris e não maoris. O engajamento nessas abordagens colaborativas exige a adesão aos princípios maoris para garantir um processo respeitoso que mantenha o mana (status, dignidade) dos participantes e da pesquisa. Esta apresentação se concentra em uma parceria colaborativa entre pesquisadores maoris e não maoris que desafia as concepções de etnia e reflete a complexidade de uma sociedade globalmente multiétnica. Essa apresentação foi articulada por meio da instalação fotográfica poética chamada 'Tangata Whenua', apoiando um projeto de doutorado conduzido pela prática intitulado 'KO WAI AU? Quem sou eu?". Esse projeto explora a parceria com um documentarista maori dessa iwi (tribo) abordando com sensibilidade a dor e a injustiça de um evento histórico trágico. Nessa parceria criativa, os pesquisadores colaboraram para registrar a terra que ainda carrega os dolorosos vestígios dos relatos coloniais da execução do ancestral de Toiroa, Mokomoko, em 1866. Esta apresentação contribui para a compreensão da criatividade transcultural e intercultural. Ela discute como a conceitualização compartilhada de ideias, a imersão em diferentes processos criativos, a reflexão pessoal e o desenvolvimento ao longo do tempo podem promover a colaboração.