Cultivando a cidadania global: Reciprocidade, relações interpessoais e reconhecimento cultural para a construção de uma verdadeira internacionalização
Resumo
A internacionalização do ensino superior é um fenômeno não linear e em evolução, associado à globalização da economia na forma como ela afeta as necessidades e os objetivos da educação. Nas últimas décadas, o processo de internacionalização ganhou espaço como parte fundamental das agendas governamentais, por meio de políticas públicas que interconectam o processo de aprendizado, os níveis de empregabilidade, a governança universitária, a diplomacia educacional, a economia do conhecimento, os impactos socioeconômicos e as estratégias dos países para influenciar sua reputação internacional. Como resultado, os diferentes processos de internacionalização afetam a política global e a economia mundial. Em um mundo dividido por conceitos como o de economias desenvolvidas e em desenvolvimento, nações colonizadoras e colonizadas ou fontes de estudantes e destinos de estudantes, a internacionalização se entrelaçou com legados históricos e ficou marcada por desafios contemporâneos que criam barreiras para o desenvolvimento de parcerias verdadeiramente recíprocas e colaborativas. A adoção progressiva do inglês como principal idioma para a publicação de pesquisas, o uso de políticas de migração e o conceito de taxas integrais para estudantes internacionais reforçaram uma ideia colonialista e ocidentalizada do mundo que pode ignorar as metas e epistemologias indígenas. Embora o princípio da reciprocidade seja um elemento fundamental no discurso da internacionalização, sua aplicação prática pode ser desafiadora devido a desequilíbrios históricos.
Esta apresentação explorará as possibilidades em que as semelhanças entre os contextos históricos, geográficos e sociais da América Latina e da Nova Zelândia poderiam levar ao desenvolvimento de uma abordagem mais inclusiva e equitativa da internacionalização na educação. A apresentação se aprofundará em possíveis respostas para a pergunta: seria possível alavancar os valores trazidos pelas comunidades da diáspora, em alinhamento com aqueles estabelecidos pela cultura Māori, para o desenvolvimento de um novo modelo de estratégia de internacionalização, valorizando o desenvolvimento de uma abordagem mais inclusiva e equitativa para a internacionalização do ensino superior? O estudo contribui para uma compreensão ampliada dos aspectos estruturais da internacionalização por meio da proposição de abordagens não coloniais e de um comentário sobre a prática.
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