Cultivando a cidadania global: Reciprocidade, relações interpessoais e reconhecimento cultural para a construção de uma verdadeira internacionalização

  • Ana Azevedo Pesquisadora independente
  • Marcos Mortensen Steagall  (Translator) Auckland University of Technology
Palavras-chave: Equidade, Ensino superior, Internacionalização, Parceria, Reciprocidade

Resumo

A internacionalização do ensino superior é um fenômeno não linear e em evolução, associado à globalização da economia na forma como ela afeta as necessidades e os objetivos da educação. Nas últimas décadas, o processo de internacionalização ganhou espaço como parte fundamental das agendas governamentais, por meio de políticas públicas que interconectam o processo de aprendizado, os níveis de empregabilidade, a governança universitária, a diplomacia educacional, a economia do conhecimento, os impactos socioeconômicos e as estratégias dos países para influenciar sua reputação internacional. Como resultado, os diferentes processos de internacionalização afetam a política global e a economia mundial. Em um mundo dividido por conceitos como o de economias desenvolvidas e em desenvolvimento, nações colonizadoras e colonizadas ou fontes de estudantes e destinos de estudantes, a internacionalização se entrelaçou com legados históricos e ficou marcada por desafios contemporâneos que criam barreiras para o desenvolvimento de parcerias verdadeiramente recíprocas e colaborativas. A adoção progressiva do inglês como principal idioma para a publicação de pesquisas, o uso de políticas de migração e o conceito de taxas integrais para estudantes internacionais reforçaram uma ideia colonialista e ocidentalizada do mundo que pode ignorar as metas e epistemologias indígenas. Embora o princípio da reciprocidade seja um elemento fundamental no discurso da internacionalização, sua aplicação prática pode ser desafiadora devido a desequilíbrios históricos.

Esta apresentação explorará as possibilidades em que as semelhanças entre os contextos históricos, geográficos e sociais da América Latina e da Nova Zelândia poderiam levar ao desenvolvimento de uma abordagem mais inclusiva e equitativa da internacionalização na educação. A apresentação se aprofundará em possíveis respostas para a pergunta: seria possível alavancar os valores trazidos pelas comunidades da diáspora, em alinhamento com aqueles estabelecidos pela cultura Māori, para o desenvolvimento de um novo modelo de estratégia de internacionalização, valorizando o desenvolvimento de uma abordagem mais inclusiva e equitativa para a internacionalização do ensino superior? O estudo contribui para uma compreensão ampliada dos aspectos estruturais da internacionalização por meio da proposição de abordagens não coloniais e de um comentário sobre a prática.

Biografia do Autor

Ana Azevedo, Pesquisadora independente

Ana Azevedo acredita que a compreensão cultural, a reciprocidade e as relações interpessoais de longo prazo são a base para um setor de educação internacional mais equitativo que possa impactar positivamente os indivíduos e as sociedades. Ana tem mais de 16 anos de experiência na criação de parcerias e colaborações internacionais, com um forte foco na criação de conexões entre a América Latina e a Oceania. Ela tem interesse em transferência de habilidades, transferência de conhecimento, idiomas e idiossincrasias culturais. Ana representou a Education New Zealand Manapou ki te Ao (ENZ), a agência governamental da Nova Zelândia para educação internacional, por 12 anos no Brasil. Na Nova Zelândia, foi diretora de internacionalização da ENZ por quatro anos.

Marcos Mortensen Steagall, Auckland University of Technology

Marcos Mortensen Steagall es Profesor Asociado en el Departamento de Diseño de Comunicación de la Universidad Tecnológica de Auckland - AUT desde 2016. Ele é o Coordenador de Pós-Graduação em Design de Comunicação y Líder del Programa de Design de Comunicação e Design de Interação. Possui mestrado (2000) y doutorado (2006) em Comunicação & Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, Sao Paulo, Brasil, y PhD em Art & Design pela Auckland University of Technology em 2019, em Aotearoa Nova Zelândia.

 

Publicado
2023-12-24