Prática como pesquisa: uma forma coletiva de ativismo a partir de uma perspectiva sul-americana
Resumo
Como chileno que vive em Aotearoa/Nova Zelândia, estou constantemente olhando para a América Latina e do Sul. Viver na diáspora me permitiu examinar e refletir sobre as diferentes questões sociopolíticas que surgem na região de longe e com perspectiva. Como atriz e pesquisadora, estou em uma exploração contínua, considerando como compartilhar projetos de pesquisa a partir de um ponto de vista ativista criativo, indo além das publicações tradicionais de pesquisa acadêmica para formas situadas e acessadas nas trocas de relacionamentos e resistência cotidianos. Os resultados acadêmicos escritos destinam-se principalmente à leitura, embora alguns contenham imagens ou fotografias que complementam e/ou enriquecem o conteúdo verbal. Esses resultados tendem a atingir uma pequena parcela da população, a elite altamente educada com recursos econômicos para acessar livros e participar de conferências ou simpósios. A prática como pesquisa surge de um processo rigoroso de pesquisa, análise crítica e destilação incorporada de textos acadêmicos. A prática como pesquisa está relacionada ao meu objetivo de compartilhar a pesquisa não apenas com públicos mais amplos, mas também com comunidades de diferentes origens culturais e linguísticas. Também está relacionada à minha intenção de criar um trabalho que possa ressoar para fora, além de fronteiras e limites, transferindo conteúdo de um formato para outro, do mundo acadêmico para um meio de expressão, como teatro, ilustração, dança e/ou digital. O conceito de transposição enfatiza o processo criativo que opera na transição de um meio para outro, ele "designa a ideia de transferência, mas também a de transplante, de colocar algo em outro lugar, de remover certos modelos, mas pensando em outro registro ou sistema" (Wolf, 2001, p. 16). O processo de transposição cria um novo objeto, precisamente a partir de outras linguagens, contextos culturais e formatos disciplinares (Wolf, 2001). A ideia de transformação transmídia certamente se aplica à minha maneira de encontrar espaços para compartilhar pesquisas. Trabalhar em vários idiomas, espanhol, inglês, alemão e francês, me permitiu trabalhar coletivamente e em colaboração com outros artistas, pesquisadores e ativistas. Essas ações coletivas foram produzidas por meio de diferentes mídias e linguagens artísticas, em que cada um de nós traz nossas experiências artísticas específicas, encarnações estéticas e experiências de gênero para informar nossas práticas de pesquisa.
Wolf, S. (2001). Cine/Literatura: Ritos de pasaje. Paidós.
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