Carnival Land: Uma consideração criativa da narrativa sequencial para articulação de deslocamento cultural.
Resumo
Esta apresentação considera o projeto de pesquisa orientada pela prática Carnival Land, um livro ilustrado que combina narração sequencial e ilustração para discutir o deslocamento cultural. Baseado em minhas experiências como imigrante do Brasil para a Nova Zelândia, o livro oferece uma narrativa em metáforas e uma orquestração criativa de fotomontagem, bilinguismo e páginas teatralizadas. A história conta as provações e a eventual transformação de uma jovem em uma terra estrangeira, onde as aspirações se transformam em fantasias carnavalescas. Várias estruturas teóricas influenciaram significativamente Carnival Land. Essas foram as noções de transgressão, carnalidade e Carnaval (Bakhtin, 1968); estrutura e discurso em torno da bricolagem (Strauss, 1962); e conceitos relacionados à jornada como um rito de passagem (Gennep, 1960; Turner, 1979) e como um processo de imigração. O Carnaval serviu como metáfora principal, sustentando tanto a história quanto os aspectos conceituais do trabalho. Tradicionalmente, os participantes de desfiles de carnaval participam de um ritual simbólico de mudança de identidade e renegociação de contextos sociais e culturais. Elas fazem isso assumindo (na fantasia e no comportamento) um eu alternativo. Esse aspecto transformador do Carnaval pode ser visto como uma forma de reversão simbólica, um breve momento de liminaridade que permite que as pessoas imaginem novos significados e valores em um ritual de performance. É por meio desse processo que a natureza performática do Carnaval se torna um processo transformador do ser. A natureza carnal (corporal) do Carnaval permite vínculos específicos entre a transformação do eu e a natureza da imigração como uma experiência física/social/pessoal de transição. Metodologicamente, o projeto emana de um paradigma de pesquisa artística (Klein, 2010) que apoia uma abordagem heurística (Douglass & Moustakas, 1985) para a descoberta e o refinamento de ideias. O projeto empregou a autoetnografia como um design de pesquisa destinado a facilitar o acesso estratégico à experiência pessoal e sintetizou-a em um trabalho ficcional. Assim, a pesquisa baseia-se tanto no conhecimento tácito quanto no explícito para desenvolver a narrativa, sua estrutura e tratamentos estilísticos.
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