Bear Bodies in Motion: uma abordagem criativa para contar uma história de corpos gays masculinos de cor maiores através de meios artísticos como pesquisa conduzida pela prática.

  • Don Chooi Media Design School
  • Marcos Steagall  (Translator) Auckland University of Technology

Resumo

Em 2020, criei um corpo de trabalho que atendeu às preocupações de representação da imagem corporal do homem gay. O trabalho foi mostrado em uma exposição local em Auckland, chamada “Bear Bodies in Motion”, e tinha como objetivo uma crítica às ansiedades da imagem corporal, especialmente na subcultura do “urso gay”, onde há níveis consideráveis de estigma e vergonha de corpos masculinos maiores — tornados mais profundos em relação aos corpos “de cor”. Numa tentativa de subversão, o trabalho criativo, retratou o corpo maior como enérgico e esteticamente potente. Combinou fotografia com pintura digital e o resultado foi uma expressão de aceitação corporal e autoria. Tematicamente, a imagem do urso gay se baseia em uma rica história da arte homo-orientada. Ele joga na tapeçaria da identidade gay que determina como ela está sendo representada, negociada e remixada continuamente no mainstream gay. O discurso que emana de comunidades gays “de cor” fala de tentativas de remover atitudes colonizadas e de reimaginar sua herança e identidades sexuais que são mais autênticas em sua representação. Portanto, este corpo artístico de trabalho buscou ser um amplificador e adicionar ao diálogo que cerca as questões de raça, queerness, ser o "estranho" e abordar a "alteridade". As conversas subsequentes que se seguiram à exposição, desvendaram preocupações de identidade cultural, masculinidade e pertencimento — nas quais parecem ser fortemente influenciadas por noções de performatividade, influenciadas pelo Ocidente e racializadas. Por meio da pesquisa, e apreendendo as coisas efêmeras que envolvem o discurso da imagem corporal colonizada, comecei a criar trabalhos que buscam agregar ainda mais ao discurso. Este artigo altamente ilustrado reflete sobre o processo criativo na arte de “Bear Bodies in Motion”. A metodologia subjacente a este corpo artístico de trabalho é a "reflexão em ação" e inspira-se na pesquisa da "experiência vivida". Além disso, também considera sua passagem dos meios tradicionais para a consideração da tecnologia como uma plataforma para contar histórias, do meio impresso para os espaços digitais — neste caso, a inclusão da Realidade Aumentada (RA). Com esta extensão, a RA oferece ao visualizador a oportunidade de ter um papel mais ativo na leitura do texto. A experiência move o trabalho para um espaço mais participativo, onde a narrativa se torna mais palpável e apreciada. Este artigo também discute os desafios e conflitos na criação de um corpo de trabalho desta natureza. Especialmente preocupante é a sua necessidade de sensibilidade na representação de culturas não europeias — com maior ênfase dada à consideração pelos seus temas homossexuais, e às identidades dos meus participantes (um nível de autenticidade atribuído ao trabalho através do uso da fotografia), visto que eram da própria comunidade. Este artigo também inclui minhas reflexões e percepções pessoais sobre como esta abordagem para uma pesquisa conduzida pela prática contribuiu para minha própria abordagem de ensino e aprendizagem. Sendo eu mesmo um educador, este processo deu-me mais empatia e compreensão na jornada do aluno no ambiente de ensino superior de hoje.

Publicado
2021-12-04