O hipercórtex e o contexto da convergência da arte com as info-cognotecnologias

  • Pablo Gobira Laboratório de Poéticas Fronteiriças (UEMG/CNPq)
  • Priscila Rezende Portugal Laboratório de Poéticas Fronteiriças (UEMG/CNPq)
  • Emanuelle de Oliveira Silva Laboratório de Poéticas Fronteiriças (UEMG/CNPq)
  • Marcos Steagall  (Translator) Auckland University of Technology

Resumo

O trabalho aqui apresentado traz uma reflexão originada do grupo Laboratório de Poéticas Fronteiriças (http://labfront.tk), cadastrado no diretório do CNPq e certificado pela Universidade do Estado de Minas Gerais. Aqui mostramos um trecho, com base em algumas de nossas pesquisas bibliográficas, que visa reunir um aspecto específico das artes digitais conhecido como “arte telemática”. Além de se expressar por meio de sistemas telemáticos, entendemos as obras de arte telemáticas no que se refere às suas conexões com as tecnologias de informação e de tecnologia no contexto da convergência científica e tecnológica pela qual navegamos atualmente. As infotecnologias lidam diretamente com o momento da história da humanidade em que entramos desde a metade do século XX. Uma era baseada na informação, onde múltiplas tecnologias permitem o acesso a uma grande quantidade de dados e conhecimentos, permitindo um desenvolvimento ainda maior nas pesquisas em diversas áreas (GREY; JAMES, 2000, p. 3). Cognotecnologias, por outro lado, são os desenvolvimentos que permitem uma conexão cognitiva. Eles recriam artificialmente como funciona o cérebro humano, por meio de descobertas neurocientíficas e relacionando-se com a forma como nossa mente funciona, apresentando-se como uma tecnologia disruptiva que permite a extrapolação das interações infotecnológicas tradicionais entre humanos e máquinas (DELTELL; PÉREZ, 2020). Posto isto, trazemos para a discussão a ideia do hipercórtex. Está ancorado na relação entre a ideia de "inteligência global compartilhada" e a extrapolação do cérebro-pan dos humanos. Os desenvolvimentos info-cognotecnológicos criam um hipercórtex de processos cognitivos individuais transformativos e mediativos, mudando o modus operandi das relações sociais. Desta forma, ao compreender a função biológica do córtex humano, que está diretamente ligado ao hipercórtex, podemos perceber a possibilidade de expandir sua capacidade com o auxílio de métodos tecnológicos, além de permitir que tal consciência humana à expansão transcende a sua dimensão física, permitindo uma articulação nos processos homem-máquina e máquina-máquina (GOBIRA, SILVA, PORTUGAL, 2021)]. Esta ideia, também aqui amplamente apoiada nas reflexões de Roy Ascott (2003), como de Pierre Levy (2017), trata diretamente das possibilidades de expansão do neocórtex humano. Em nosso trabalho, analisaremos obras de arte digitais nas quais a dimensão info-cognológica é poeticamente em busca de uma convergência científica, tecnológica e artística. Poderemos demonstrar como diferentes obras de arte acabam conceitualmente — ou de forma teórico-prática — concretizando o que a humanidade vivencia fisicamente.  

Publicado
2021-12-03