Paisagismo-Arquitetura-Neurociências: aplicação de parâmetros homeodinâmicos do paisagismo em ambientes CAISM-UNICAMP e suas contribuições para a homeostase biológica de profissionais de enfermagem em cenários de pandemia e pós-pandemia

  • Rachel Zuanon Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
  • Barbara Faria Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
  • Marcos Steagall  (Translator) Auckland University of Technology

Resumo

Esta pesquisa baseia-se na cooperação entre as áreas de Arquitetura e Neurociências Cognitivas e Comportamentais, apoiada, principalmente, no conceito de Ambientes e Produtos Homeodinâmicos [1]. Analisa a ação do paisagismo sobre o ser humano, visando a homeostase biológica. As Neurociências Cognitivas e Comportamentais oferecem evidências concretas de que o caráter e a qualidade dos ambientes exercem uma influência mensurável sobre os cérebros humanos [2], uma vez que a Neurociência Cognitiva aborda as complexas capacidades mentais do indivíduo, como autoconsciência e memória, e a Neurociência Comportamental investiga as estruturas neurais que produzem comportamentos e outros fenômenos psicológicos, como emoções [3]. Assim, o espaço construído — como mediador da relação entre corpo e ambiente — pode alterar a disposição fisiológica do corpo humano e, portanto, influenciar os estados emocionais [4]. Tais mudanças podem ser verificadas em ambientes hospitalares, onde o espaço deve ser orientado para apoiar a recuperação, tratamento ou reabilitação e oferecer condições saudáveis para garantir o bem-estar e manutenção do equilíbrio interno do corpo humano. Políticas de humanização para projetos hospitalares, como o “Humaniza SUS” (2003), enfocam as necessidades globais do indivíduo, o que implica uma abordagem transdisciplinar e tem diretrizes voltadas ao bem-estar e ao envolvimento saudável entre corpo e meio ambiente. Estudos relacionados à humanização da arquitetura [5, 6] apresentam contribuições consistentes a respeito de elementos e estratégias de design. Neste cenário, destacam-se técnicas que valorizam elementos naturais, como a luz solar e a vegetação. Isto reforça a relação benéfica e intrínseca entre o ser humano e a Natureza, proposta pela teoria da “Biofilia” [7]. Esta conexão inerente oferece uma plataforma eficaz para a regulação interna do corpo humano, especialmente quando ele está desequilibrado. Nesta perspectiva, esta pesquisa enfoca as contribuições do projeto paisagístico para o equilíbrio homeodinâmico do corpo das profissionais de enfermagem do Centro de Atenção Integral à Mulher [CAISM-UNICAMP]. Baseia-se na intensidade das cargas diárias — físicas e mentais — que enfrentam durante longos períodos de exposição em ambientes hospitalares, com os impactos adicionais da pandemia de COVID-19. A revisão da literatura aponta estudos que abordam os interesses desta pesquisa. Porém, a maioria deles advém apenas do campo do conhecimento em saúde. Além disso, faltam fontes de pesquisa em língua portuguesa sobre o tema deste estudo. Além disso, a relevância desta pesquisa reside também em suas contribuições para recomendações de projetos paisagísticos que integram parâmetros específicos do clima, dos espécimes e da cultura brasileira, uma vez que o escopo disponível na literatura não atende às características mencionadas. A abordagem metodológica desta investigação inclui a revisão da literatura; pesquisa de campo; a aplicação de um protocolo experimental; a análise, interpretação e sistematização dos dados coletados; bem como a elaboração de diretrizes de projeto de paisagismo visando a homeostase biológica de profissionais de enfermagem em cenários de pandemia e pós-pandemia.

Publicado
2021-12-05