Zonas de Ação da Comunicação em Arte e Tecnologia - ZACAT

  • Camila dos Santos PPGART-UFSM
  • Andreia Machado Oliveira PPGART-UFSM
  • Marcos Steagall  (Translator) Auckland University of Technology

Resumo

Zonas de Ação Comunicativa em Arte e Tecnologia – ZACAT, é uma pesquisa de mestrado desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Santa Maria (PPGART-UFSM), dentro da área de concentração de Arte Contemporânea e linha de pesquisa Arte e Tecnologia, sob a orientadora da Dra. Andrea Machado Oliveira. ZACAT é um conjunto de poéticas sonoras e visuais, que consiste numa investigação sobre práticas comunicacionais artísticas de caráter ativista. Em primeiro lugar, através de estratégias e propostas diversificadas para diferentes interlocutores vividos em 2019, em diferentes espaços da cidade de Santa Maria — ruas, museus, galerias de arte, universidade, escola, redes sociais, espaço das ondas de rádio. Posteriormente, devido ao cenário mundial apresentado desde 2020, com a pandemia de COVID-19, a poética passa por transformações significativas. Além das estratégias artísticas e comunicacionais passarem por mudanças de abordagem, o espaço Santa Maria desloca-se para o do Clube Naturista Colina do Sol (CNCS), localizado no município de Taquara, também no Rio Grande do Sul — não urbanizado e imerso no meio selvagem, com menos interferência da ação humana, o que proporciona outras formas de escuta e conexão, além da relação com o corpo, comunicação e tecnologia, como o uso de plataformas on-line de realidade virtual para compartilhar o trabalho realizado. Para abordar a construção desta pesquisa, são utilizados estudos sobre metodologia da pesquisadora e artista plástica Sandra Rey (1953). Como fundamentação teórica, faz-se referência à ideia de micropolítica, conceito que remete aos filósofos Michel Foucault (1926-1984) e Gilles Deleuze (1925-1995), e à crítica de arte Suely Rolnik (1948). As práticas artísticas ativistas baseiam-se nas experiências de coletivos brasileiros da década de 1990 até a atualidade, conforme visto na historiografia do Art Ativismo dos anos 1950, com filósofos autonomistas italianos como Giorgio Agamben (1942) e Franco Berardi (1949). Para apoiar a noção de Arte e Comunicação, partimos de autores como Mario Costa (1936), Fred Forest (1933), Mônica Tavares, Priscila Arantes, Christine Mello e Giselle Beiguelman. O conceito de dispositivo surge da investigação teórica e é um mediador das práticas artísticas, tendo como referência Agamben, Foucault, Vilém Flusser (1920-1991) e Gilbert Simondon (1924-1989). Desde performances, passando por instalações, áudios, vídeos e experiências interativas presenciais ou via redes virtuais, esta pesquisa busca dar visibilidade à micropolítica cotidiana, com suas memórias, afetos, impulsos de vida formalizados ou efêmeros em momentos de encontro.

Publicado
2021-12-05