O épico e a poética da Travessia como um espaço de resistência na educação em design.

Palavras-chave: Travesías, Inovação pedagógica, Fundamentos poéticos, Desafios contemporâneos, Filosofia do design

Resumo

Este artigo explora o conceito de "Travesías" como uma prática pedagógica profunda dentro da Escola de Arquitetura e Design da Pontificia Universidad Católica de Valparaíso, que opera como uma forma crucial de resistência na educação em design em meio às mudanças culturais e estruturais contemporâneas. Como professor profundamente envolvido nessas jornadas, defendo a manutenção e a adaptação de três princípios fundamentais que garantem a relevância contínua e o potencial transformador das Travesías. Esses princípios - Observação, a Obra e a Epopeia dos Comuns - são essenciais para navegar pelas dinâmicas mutáveis que desafiam os modelos educacionais tradicionais.   Como o principal modo de se envolver com o mundo, a observação incentiva a interação profundamente pessoal e reflexiva com o ambiente, promovendo uma compreensão e expressão únicas e profundas. O conceito de Obra transcende os resultados convencionais do design e da arquitetura, defendendo um processo criativo que enfatiza a gratuidade e o engajamento poético em detrimento de objetivos utilitários e comerciais. Por fim, o Epic of the Commons destaca a importância da criação coletiva e das experiências compartilhadas, fundamentais para a formação de uma comunidade educacional e criativa coesa.   Esses princípios são cada vez mais vitais à medida que as Travesías enfrentam a mercantilização da educação e o foco generalizado no individualismo e nas competências específicas impulsionadas pelas forças do mercado. O documento solicita um diálogo entre os educadores globais de design para discutir a adaptação desses princípios às necessidades contemporâneas e explorar novos métodos que respeitem e rejuvenesçam o ethos fundamental das Travesías. Esse diálogo é fundamental para o desenvolvimento de uma "terceira via" na educação em design que integre o poético e o prático, garantindo que nossa abordagem pedagógica permaneça inovadora, inclusiva e profundamente humanística. Por meio dessa exploração, convidamos a repensar a educação em design que enfatiza o bem-estar coletivo, a liberdade criativa e um envolvimento mais profundo com os contextos culturais e ecológicos de nossa época.

Biografia do Autor

Herbert Spencer González, Pontificia Universidad Católica de Valparaíso

Professor de design gráfico e de interação na e[ad] School of Architecture and Design da Pontificia Universidad Católica de Valparaíso e participou de mais de 18 travessias pela América do Sul. Suas principais contribuições de pesquisa se concentram no engajamento cívico e na acessibilidade com projetos como o PiX e o PICTOS. Atualmente, Herbert dirige o programa de mestrado em arquitetura e design em sua escola.

Marcos Mortensen Steagall, Auckland University of Technology
Marcos Mortensen Steagall é professor associado do Departamento de Design de Comunicação da Auckland University of Technology (AUT). Em suas pesquisas e atividades profissionais, o Dr. Mortensen Steagall explora a interseção da semiótica visual e metodologias orientadas para a prática em arte, design, comunicação e tecnologia. Sua prática artística, centrada principalmente na criação de imagens digitais e baseadas em lentes, serve como um método para a produção de conhecimento. O trabalho do Dr. Mortensen Steagall é caracterizado por uma abordagem interdisciplinar que mescla a pesquisa acadêmica com a prática artística, destacando a importância de se adotar diversas narrativas culturais e sistemas de conhecimento em Design. Além disso, ele é editor da revista acadêmica LINK Praxis e preside a Conferência Internacional LINK, que se concentra na pesquisa orientada pela prática e no Sul Global.

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Publicado
2024-10-19